sábado, novembro 01, 2008

Quem é mais ignorante?

A politicagem nacional vive um momento embasbacante. O fenômeno da "analfabetância governamental". O corretor do word está dizendo aqui se tratar de um caso de neologismo. Como é nova também essa tendência em fazer dos burros a nossa imagem e semelhança. Viva, o povo no poder! Nunca a expressão "curral eleitoral" fez tanto sentido.

Pra quê estudar? Se especializar? Esse negócio de sociologia não é comigo. Matemática finaceira? Tô fora! Português? "Nóis num precisa". Será que a minha indignação foi solitária quando o intrépido presidente assinou a reforma da língua portuguesa? O que é isso!? É o mesmo que algum Fernandinho Beira-mar da vida aprovar uma reforma no judiciário. Ainda bem que o nosso técnico-graduado, torneiro mecânico com habilitação em presidência da república, está cumprindo bem o seu papel segundo analistas e à própria população. Fruto de uma equipe de governo competente?

Mas a cultura política nacional não prima pela análise da capacidade específica do candidato para o cumprimento de funções essenciais? Escrever e ler porcamente já bastam para a execução dessas funções? Nenhuma outra formação é necessária? O que houve com as exigências do eleitor? Ainda existem formadores de opinião? A ideologia partidária é que se fortaleceu? O que acontece?

Nessas eleições municipais algumas cidades, e a minha foi uma delas, experimentaram um pouco desse fenômeno fomentado pelo nosso presidente. Não que democraticamente eu ache que o povo não deva ascender a um lugar no poder, mas devemos repensar a questão da capacidade individual. O poder do mito. A representatividade que carrega um civil com tamanhas responsabilidades. Prepare-se para quando seu filho não quiser ir à escola e então em tom autoritário vc questioná-lo: "Não vai estudar, é? Pensa que vai ser quem na vida desse jeito, moleque?". E então a resposta: "Não sei, mãe. Será que só prefeito já tá bom? Ou tento também ser presidente?".

Haja Super Nanny.

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